“Em seis anos, o Amazonas está no quarto Governador e, para onde se olha, há suspeita de desvio de dinheiro público e consequentemente, as necessidades básicas do cidadão, como saúde, educação, saneamento básico, acesso à energia elétrica e segurança, mais uma vez, são empurradas para debaixo do tapete”.
Gina Moraes (*)
Ao olharmos o Amazonas hoje, somos tomados por um sentimento de imensa tristeza. Como pudemos deixar nossa terra chegar a este caos? A pandemia causada pela COVID-19 expôs, mais ainda, as feridas e os buracos do Sistema de Saúde.A União, de imediato, respondeu e liberou os recursos necessários para que os Estados e os Municípios pudessem enfrentar o momento, não só corrigindo os problemas existentes há anos, como tentar melhorar todo o atendimento do SUS. O montante de recursos foi suficiente para aguçar, ainda mais, a costumeira corrupção praticada por gestores públicos, que, com a desculpa da urgência e emergência, realizaram compras desnecessárias, superfaturadas e direcionadas, alvo de investigação federal, em todo o Brasil, inclusive, a nosso Estado os homens de preto fizeram visitas.
Defensoria das baratas
Em seis anos, o Amazonas está no quarto Governador e, para onde se olha, há suspeita de desvio de dinheiro público e consequentemente, as necessidades básicas do cidadão, como saúde, educação, saneamento básico, acesso à energia elétrica e segurança, mais uma vez, são empurradas para debaixo do tapete. Nosso patrimônio está abandonado. Basta um passeio pela cidade, e vê-se o prédio onde um dia funcionou a Defensoria Pública do Estado, no Centro, “entregue às baratas”, com risco de desabamento e serve apenas para usuários de drogas e para pessoas que praticam todo tipo de ilícito.
Acusações procedentes
O prédio do antigo DETRAN, na avenida Mário Ypiranga, também está abandonado. Estrutura gigante deixada para trás. A que custo? E quem arca com essa conta? A Central de Artesanato Branco e Silva, outrora local de recepção de turistas, vendas de artesanato, oficinas de artesãos, está fechada há anos e jogada às traças. E os gestores do nosso dinheiro continuam correndo “atrás do rabo” para tentar escapar das acusações de locupletamento à custa do erário, que chegam de todos os lados. Pobres de nós!
Pioneiros do Brasil
Precisávamos de que aparecessem figuras, por estas bandas, como o Coronel Delmiro Gouveia, patriota, visionário, proativo e comprometido com o Brasil. Foi pioneiro da indústria no Nordeste e responsável pela construção da primeira hidroelétrica do Brasil, a de Paulo Afonso, sem dinheiro público! Ou um Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, um industrial e político brasileiro, também um dos pioneiros da industrialização no País e um dos maiores empreendedores brasileiros do século XIX.
Comprometimento público
Infelizmente, nossas figuras de hoje só conseguem olhar para dentro dos próprios bolsos. O Amazonas e sua gente merecem sair do isolamento do resto do País; merecem usufruir das riquezas que existem neste solo, minérios e biodiversidade, para que possam dar dignidade às futuras gerações. Para isso, devemos adotar a “tolerância zero”, “quebre onde quebrar, doa a quem doer”. Os caboclos destas “paragens” não estão mais suscetíveis a aceitar calados as graciosidades dos gestores públicos com o dinheiro que nos pertence. A limpeza política deve continuar nas próximas eleições, de forma que estejamos atentos para que a chave do cofre vá para as mãos de quem tenha comprometimento público, e não somente interesses próprios.
Sejamos fiscais!
O Governo Federal tem tentado fazer sua parte. O valor pago de Emendas Parlamentares ao Amazonas, até o momento, está em R$ 1.713.385.936,82. Em 2020, há 619 obras federais em execução no Estado, que chegam à ordem de R$ 2.315.014.968,52 e contratos firmados em 2020 já somam o valor de R$ 222.229.966, 47. Não é o que merecemos ou o que almejamos, visto que, aqui recolhe-se seis vezes mais aos cofres da União do que o montante que retorna. Porém, mais longe já estivemos. Sejamos fiscais dos nossos tributos!
Comentários