Ou começamos já um polo de alta tecnologia avançada ou ficaremos com a moto serra, e aliás somente ela.
Sandro Breval
—— Por Sandro Breval——
Nas pesquisas recentes sobre a manufatura avançada, no âmbito do Polo Industrial de Manaus, uma característica ou dimensão que chama atenção, é o modelo de negócios que é totalmente influenciado pela governança estrutural da matriz. Se for multinacional dificilmente a decisão está aqui, e se for nacional algum tipo de alçada local pode existir.A importância de tal modelo é que a partir dele as decisões sobre investimentos, tecnologias, produtos, portifólio fluem, e quando emanadas podem significar uma possível saída da empresa de nossa região, ou de forma positiva uma nova planta.Talvez, com todas as vênias possíveis, estamos olhando para o humus e esquecendo de buscar a copa das árvores, para entendermos o novo porvir. Quem ficará de pé ? Continuaremos com TV´s, motos, relógios, informática ?
Fábricas de robôs e IA
Será alguém precisa subir no angelim vermelho, e apontar os caminhos antes que derrubem tudo e nem humus teremos para recomeçar. Por cima das copas podemos enxergar algumas opções, na alta tecnologia. Um novo polo fabricante de robôs, com hubs de soluções de inteligência artificial. soluções exportáveis de software, nanotecnologia e biotecnologia. Todo cuidado é pouco por que estamos a 53 metros do chão. Ou começamos já um polo de alta tecnologia avançada ou ficaremos com a moto serra, e aliás somente ela. A alta tecnologia está nas indústrias, na mineração, na madeira (porque não) e no turismo.
Medo de altura
Fomos subindo e sequer nos preparamos, nem para ida e nem para a volta, apenas os frutos passaram a ser colhidos, nos protegemos das chuvas, e nos equilibramos lá no alto para evitar que predadores nos devorasse. Dia após dia gostamos da altura e mesmo assim não tínhamos nenhuma proteção, a queda poderia ser eminente.
Macaco Guariba
Nas hipóteses mais pessimistas as noites serão longas. Só vai nos restar os gritos dos guaribas. Alguns de socorro, outros apontando os culpados e aqueles que já arrumaram outras matas para ficar. Pelo que nos contam a bússola de quem decide não tem “norte”, pode ser até um vaticínio de Morin, mas o fato é que as mudanças estão chegando.
Espera
Um pouco mais de 80%, de nossos colaboradores, tem pouca ou nenhuma habilidade digital, portanto é urgente a inserção no mundo tecnológico, é quase uma nova alfabetização, se nada for feito não conseguirão subir na árvore, ou cair dela dependendo da visão. Como diria Werk: “ Direi aos pássaros que esperem, enquanto perdurar a ronda dos morcegos”.
(*) Sandro Breval – Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestrado em Engenharia de Produção Pela Universidade do Amazonas (2009), Especialização em Gerência Financeira Empresarial e graduação em adminsitração pela Universidade Federal do Amazonas (2000). Experiência em direção e gerenciamento no segmento industrial com destaque para Metal-Mecânico, em tecnologia da informação, atuando em implantação de ERP e automação bancária. Professor da Ufam. Especialização: Universidade de Chicago (EUA) Finanças e Políticas Públicas Insead (França) Gestão Estratégica, Wharton School (EUA) Strategy and Business Innovation, Insead (Madrid) Alta performance em Liderança.
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