O distrito de Porto Esperança, localizado às margens do Rio Paraguai, ganha uma nova brigada para combate ao fogo. A região que fica a 72 quilômetros de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, mais 20 minutos de travessia pelo Rio Paraguai é composta por 48 famílias e sofreu recentemente com as queimadas.
Na ocasião, os próprios moradores improvisaram para socorrer a mata e os animais cercados pelas chamas, recebendo ajuda do Corpo de Bombeiros horas depois. Esse fato não foi isolado e faz parte da grande queima que consumiu em 2020 mais de 4,4 milhões de hectares no Pantanal, 30% da área total do bioma.
Agora, a comunidade se prepara para combater incêndios futuros. Desta vez de forma organizada e com equipamentos adequados, com o apoio da Ecoa (Ecologia em Ação) por meio do projeto transfronteiriço ECCOS, com suporte da União Europeia e do WWF-Brasil. Um curso foi ministrado pelo Prevfogo (Centro Especializado de Prevenção e combate a incêndios florestais, órgão ligado ao Ibama) com o objetivo de formar brigadistas comunitários.
A iniciativa partiu da atenção do chefe da Brigada Pantanal do Prevfogo, Ruberval Dimas do Patrocínio, que percebeu a difícil travessia e o isolamento da comunidade como entraves no combate ao fogo. Ele contatou a ONG Ecoa e falou da necessidade da formação de brigada comunitária. Dessa discussão foi definida a realização do curso de brigadistas comunitários, fruto da parceria já existente com o WWF-Brasil.
José Domingos Benites, um dos participantes do curso disse que a experiência que está tendo é muito importante. “Se acontecer um incêndio de novo, Deus ajude que não, a gente já vai saber o que fazer até a chegada da equipe e dar continuidade no combate”. Outro participante, o Amarildo Pereira Mendes citou as técnicas aprendidas em queimada na ilha com uso dos equipamentos. “Aprendemos o básico para apagar o fogo. Isso é muito importante”.
A Ecoa organizou a realização do treinamento de brigadistas oferecendo apoio logístico para a equipe do Prevfogo e transportando o material doado pelo WWF-Brasil – 7 kits completos, contendo Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), uniformes e equipamentos de combate ao fogo. O diretor – presidente da Ong, André Luiz Siqueira disse que o envolvimento dos parceiros é fundamental e chega em momento importante, em que são necessárias medidas preventivas. “Acaba reverberando para outras instituições, mostra que precisam se envolver no tema incêndio”, afirmou.
Atuação do WWF-Brasil
O WWF-Brasil que já tinha envolvimento na formação de brigadas comunitárias e doação de equipamentos, focou em Mato Grosso do Sul para criar brigadas comunitárias no Assentamento 72 (Ladário), Parque Estadual Nascente do Rio Taquari, Comunidade São Francisco/Paraguai Mirim e Barra do São Lourenço, ambas em Corumbá.
As ações se estenderão até junho de 2021, com implantação dos grupos em outras localidades. O analista de conservação do WWF-Brasil, Cássio Bernardino afirma que a doação de equipamentos faz parte do Projeto Respostas Emergenciais em Campo, mas ressalta que “a ideia é focar em diferentes tipos de ação, que envolvem, ainda, ajuda humanitária, fomento às pesquisas sobre impacto na flora e fauna dos incêndios e melhorias em técnicas de manejo do fogo”.
Fonte: Ciclo Vivo
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