O MPF (Ministério Público Federal) abriu investigação nesta 5ª feira (20.ago.2020) para apurar o suposto uso ilegal de uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para transportar garimpeiros que iriam ao encontro do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), em Brasília.
A princípios, 3 aviões foram enviados ao interior do Pará para realizar a Operação Verde Brasil 2 contra garimpos ilegais. A solicitação foi feita pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) para a cidade de Jacareacanga, sede das terras indígenas Munduruku e Sai Cinza.
A operação, contudo, foi suspensa temporariamente, e 1 dos aviões teria sido utilizado pelos garimpeiros para o trajeto até Brasília, em 6 de agosto. De acordo com o MPF, o fato pode configurar crime de improbidade administrativa por desvio de finalidade.
“Verificam-se, no presente caso, fortes indícios de desvio de finalidade na utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira, as quais, a princípio, deveriam ser destinadas para efetividade da Operação Verde Brasil 2 no combate à mineração ilegal”, diz o órgão.
A FAB confirmou ao Ministério Público que cedeu a aeronave para transportar participantes da reunião com Salles, que esteve em Jacareacanga 1 dia antes. A corporação disse, no entanto, que lhe foi informada que lideranças indígenas embarcariam no voo, e não mineradores ilegais.
A Força Aérea declarou ainda que a solicitação foi feita junto ao pedido para adiar a operação contra crimes ambientais. A ação seria retomada dias depois, mas não obteve sucesso ao identificar os garimpeiros ou os maquinários utilizados.
Carta enviada por lideranças Munduruku vai na mesma linha: diz que nenhum membro da terra viajou na aeronave da FAB. Segundo os indígenas, 7 moradores da região foram a Brasília defender os interesse dos garimpeiros.
Fonte: Poder 360
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