Mesmo com os resultados frustrantes da Operação Verde Brasil 2 na Amazônia, o governo Bolsonaro pretende ampliar a presença militar na região. Além do combate ao desmatamento, as Forças Armadas pretendem ampliar sua atuação no controle das fronteiras contra o tráfico de drogas e o crime organizado.
Nesse sentido, o Exército pretende instalar cerca de 3 mil quilômetros de cabos de fibra ótica no leito dos principais rios da Amazônia, com o objetivo de conectar as unidades de força terrestre na floresta, facilitando assim a comunicação; o Valor deu mais detalhes. Já o El País Brasil destacou o plano estratégico da Marinha, que pretende ampliar a presença e a atuação da Força na Amazônia e no Pantanal nos próximos 20 anos.
Ao mesmo tempo em que reforça a presença militar nessas regiões, o governo Bolsonaro esvazia e desmobiliza os órgãos ambientais de fiscalização, o que levanta preocupações em especialistas sobre a efetividade das operações no combate a crimes ambientais, especialmente na Amazônia. No Mongabay, o pesquisador João Roberto Martins Filho (UFSCar) argumentou que, mais do que proteger o meio ambiente, a militarização da Amazônia atende a um apelo antigo das Forças Armadas, que vem desde a época da ditadura militar, de impor um controle maior a uma área tida como estratégica para o desenvolvimento do país. Com Bolsonaro, essa visão ganhou um espaço inédito desde a redemocratização e se impôs sobre a política pública federal para a região, criando diversos obstáculos para a atuação dos órgãos ambientais.
Em tempo: O advogado Roberto Pitaguari Germanos, que serviu como ouvidor da secretaria de meio ambiente do estado durante a passagem de Salles pelo governo paulista, está no centro de uma ação movida pela Promotoria do Patrimônio Público de São Paulo contra o ministro. De acordo com a Promotoria, enquanto ouvidor, Germanos apurou acusações contra três funcionários da secretária – ao mesmo tempo em que ele servia como advogado deles em ação movida pelo Ministério Público Estadual contra Salles, que resultou na condenação dele por improbidade administrativa em 1ª instância. A notícia é da Folha. Já a Crusoé e O Antagonista informaram que o jatinho que transportou Salles e Flávio Bolsonaro na volta de Fernando de Noronha é operado por uma empresa controlada pelo conglomerado JHSF, grupo enrolado em investigações da Polícia Federal.
Fonte: ClimaInfo
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