O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que o governo de Jair Bolsonaro “não teve tempo” para cuidar da Amazônia e do Pantanal, que registram recordes de queimadas desde o início da gestão, há um ano e nove meses.
“Nós sabemos exatamente o que temos que fazer na Amazônia brasileira e no Pantanal, só que não houve tempo ainda de colocar em prática, de colocar gente para fazer isso”, disse Heleno em conversa com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no canal do filho do presidente no YouTube.
“Podemos melhorar a vigilância do desmatamento da Amazônia? Podemos, claro, devemos fazer isso. Mas é o que eu digo, o governo Jair Bolsonaro tem um ano e nove meses, não há como resolver todos os problemas do Brasil. Passamos 40 anos tendo uma gestão catastrófica de nossos recursos, inclusive os recursos naturais”, prosseguiu o general.
Heleno também falou que “a Amazônia consegue suportar até os maus tratos que sofreu” e criticou a pressão internacional para a preservação dos biomas brasileiros.
“Nós temos 80% da cobertura florestal da Amazônia preservada. A Europa tinha 7%, hoje tem 0,1%. Mas agora ganharam a condição de nos criticar diariamente, nós somos os ‘grandes vilões’ do meio ambiente no mundo. Mas a América do Sul, graças ao Brasil, hoje reúne 41% das florestas tropicais do planeta. Nós aceitamos as críticas, sabemos que podemos melhorar e vamos melhorar”, declarou o ministro.
O vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva do Exército e ex-comandante de brigadas na Amazônia, preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Heleno afirmou ao filho de Bolsonaro que as áreas de selva têm poucos habitantes e eleitores: “Durante muito tempo foi considerado não compensador tratar da Amazônia com a seriedade que merece”.
Segundo o ministro, tudo na Amazônia é “muito caro” pelas distâncias, falta de infraestrutura e meios de transporte. Heleno citou que Mourão fez uma “autocrítica sensacional” ao reconhecer que a operação militar Verde Brasil, com orçamento de R$ 60 milhões, deveria ter sido mantida desde o ano passado em vez de interrompida e retomada, o que atrasou o combate às chamas. Mourão quer estendê-la até 2022.
“Esse erro não será repetido, então, podem esperar resultados muito melhores em 2021 com relação à Amazônia”, projetou o chefe do GSI.
Fonte: Yahoo
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