Berço do mais rico ecossistema do planeta, a Amazônia é um dos principais pontos de encontro de amantes do ecoturismo, sejam brasileiros ou do mundo todo. A Floresta Amazônica é a maior do mundo, equivalente a quase 60% do território brasileiro e é em torno dela que pode-se encontrar as maravilhas e belezas da região. Confira a série especial do Amazonpedia da WEB TV EM TEMPO!
São mais de 13.300 espécies de plantas catalogadas na região amazônica e, de acordo com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, responsável por catalogar todas as espécies de plantas do Brasil, cerca de 97% da flora da região ainda é desconhecida.
O estado do Amazonas é banhado pelo rio de mesmo nome, que tem uma extensão de 6.570 quilômetros. Seu maior afluente é o rio Negro, que entra em confluência com o rio Solimões há cerca de uma hora de Manaus, formando o Encontro das Águas, parada obrigatória para quem realiza o tour na região. Há diversas agências de passeio em Manaus que promovem um serviço de turismo especializado, como a Olímpio Carneiro Turismo. O ex-taxista afirma que sua paixão pela natureza e pela Amazônia é o que o move, mesmo diante das dificuldades trazidas pela pandemia do coronavírus.
“O que eu quero é que a nossa Amazônia seja divulgada. Nosso turismo é muito bonito, muito rico. Durante esse período de pandemia nós não conseguimos trabalhar, fazer os passeios, tudo parou por conta disso. Eu quero que os próprios manauaras, amazonenses, tenham contato com a nossa região, muitas pessoas daqui mesmo não conhecem o nosso turismo e nem dão o devido valor. A Amazônia tem um potencial turístico muito grande”, conta o dono da agência, Olímpio.
A equipe do Portal EM TEMPO fez uma das rotas principais dos passeios feitos na região, que passa por pontos turísticos de Manaus como a orla da Ponta Negra, o Porto da cidade, e pontos um pouco mais distantes da cidade como a comunidade flutuante do Catalão e o Parque Ecológico do Janauari.
Orla de Manaus e Porto
O passeio começa por uma volta na orla de Manaus. A região da Ponta Negra, um dos bairros nobres da cidade, de acordo com o guia turístico, é onde moravam os índios da tribo Manaós, daí o nome da cidade. Na época da descoberta do Brasil, o Amazonas foi visto e descrito pelos portugueses como a terra das índias guerreiras, conhecidas como as amazonas, que não aceitavam homens em sua comunidade.
A cada ponto da cidade pode ser vista uma marca da Belle Époque, período áureo de Manaus durante o desenvolvimento da borracha, como o monumento do Mercado Adolpho Lisboa e o prédio histórico da fábrica de cerveja Miranda Corrêa. Ao chegar no Porto de Manaus passamos ainda pela régua que marca a altura do rio Negro, sendo sua maior cheia registrada em 2012, quando o prédio da Receita Federal foi inundado e desativado. O Porto é onde são recebidas e enviadas encomendas do interior, e onde os grandes navios estrangeiros atracam.
Encontro das Águas
Conhecido mundialmente e visitado por celebridades como Leonardo Dicaprio e Jack White, integrante do duo The White Stripes, o Encontro das Águas é de uma beleza inigualável. Além de cores diferentes, o rio Negro, que tem sua nascente ainda na Colômbia, tem temperatura e velocidade distinta às do Solimões. O encontro tem cerca de 6 a 10 quilômetros de extensão e, de acordo com o engenheiro de pesca Álvaro Carvalho, as águas chegam a se misturar a quilômetros de distância abaixo do encontro superficial e tomam a cor do rio Solimões.
“A quilômetros abaixo do encontro das águas, as águas vão assumir a cor predominante do rio que tem maior volume de água, que é o Solimões. O fato de haver ali, no exato encontro, uma separação das águas, está relacionado com diferenças que os dois rios têm em suas águas quanto à temperatura e densidade. A água do rio Negro é menos densa do que a do Solimões. Primeiro ela é mais quente e, segundo, ela tem menos material dissolvido”, explica o engenheiro.
Quanto maior a temperatura, menor a densidade da água. O rio Negro, que corre a dois quilômetros por hora, tem uma temperatura de cerca de 28ºC, enquanto que o Solimões corre de quatro a seis quilômetros e tem a temperatura por volta dos 22ºC. Além disso, o engenheiro explica que o ângulo em que os rios se encontram permite que essa diferença de densidade da água não seja quebrada muito rapidamente.
“O rio Negro é, naturalmente, um rio de águas ácidas. Isso tem a ver com a origem geológica e com o tipo de solo e vegetação. A literatura, os trabalhos que têm sido feitos para peixes, mostra que a quantidade de espécies é maior nos rios de água preta, em comparação aos rios de água branca. Por outro lado, em quantidade de biomassa, a gente tem como dado forte, bem constatado, é que o rio Solimões tem uma abundância muito maior de peixe, inclusive de espécies de maior porte”, afirma Álvaro.
Parque Ecológico do Lago Janauari
O Parque Ecológico tem aproximadamente nove mil hectares, entre terra firme, várzea e igapó (floresta inundada). É nele que o tour faz uma parada para almoço, no restaurante flutuante Rainha da Selva, com diversos pratos regionais como o tambaqui assado, o pirarucu empanado frito e a macaxeira frita. No local há uma ponte elevada, formando uma espécie de trilha entre o igapó, que leva até o lago do Janauari, com vitórias-régias, planta aquática símbolo da região amazônica que chega a medir quase dois metros de diâmetro.
As plantas só ficam no lago no período da cheia do rio, entre os meses de dezembro e junho. No local também há uma grande árvore Samaúma, centenária, de quase 32 metros, e a presença de animais que têm contato direto com os turistas, como macacos, corujas e gaviões.
Comunidade do Catalão
A comunidade é formada inteiramente por flutuantes. É possível conhecer a escola que atende as crianças, mercearias e dezenas de casas, e o único meio de locomoção do lugar é fluvial. A comunidade do Catalão nasceu com os moradores que antes viviam na cidade flutuante de Manaus, após o fim do monopólio da borracha, na década de 1960. Muitos não conseguiram se adaptar à vida na cidade grande e voltaram aos flutuantes.
É na comunidade que pode ser feita uma simulação da pesca do Pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, para que os visitantes tenham noção do peso e da força dele, que pode chegar a até dois metros e 200 quilos.
Para conhecer mais sobre o ecoturismo na Amazônia, assista o vídeo do Amazonpedia:
Fonte: Em Tempo
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