A intensificação do desmatamento na Amazônia começa a atingir áreas que há pelo menos 10 anos vinham se mantendo intactas no interior da floresta. O Globo destacou dados divulgados pelo Observatório da BR-139 que indicam que quatro Terras Indígenas (TI) no entorno dessa rodovia, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), entraram no mapa do desmatamento amazônico neste ano.
A partir de informações do sistema SAD, operado pelo Imazon, identificou-se pontos de desmate nas TI Alto Sepatini (Lábrea), Paumari do Cuniuá (Tapauá), Paumari do Lago Manissuã (Tapauá) e Setema (Borba e Novo Aripuanã), áreas ocupadas atualmente por 400 indígenas de diversas etnias. Os focos identificados são pequenos, mas significativos dado que essas TI se mantinham intocadas desde o início do monitoramento dessas áreas, em 2010. Outra preocupação é que, como essas TI estão próximas à rodovia, teme-se que a repavimentação dela – uma promessa de Jair Bolsonaro – impulsione a derrubada da floresta.
Em tempo: Um estudo publicado pela revista Nature nesta semana mostrou que processos de degradação florestal, nos quais a floresta é parcialmente destruída, já afetam uma área maior da Amazônia brasileira do que o desmatamento em si. Pior: o impacto da degradação parece se espalhar com mais facilidade floresta adentro. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e da Universidade do Estado do Michigan (EUA). Estadão e Folha deram mais detalhes sobre esse trabalho e suas conclusões.
Fonte: ClimaInfo
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