Por Nelson Azevedo (*) [email protected]
Quando somamos esforços multiplicamos os bons resultados. Por
isso, nunca é demais sublinhar a importância do setor produtivo
trabalhar integrado na perspectiva da colaboração. Isso, no mínimo
garante as vantagens da complementaridade e a racionalidade de custos.
Temos problemas comuns de infraestrutura, altos custos de transporte e
abastecimento e isso nos empurra a ampliar a criatividade e a
cumplicidade operacional e gerencial. Essas preocupações permeiam a
iniciativa bem sucedida de integração das entidades e instituições
congregadas com a classe produtora no CADAAM Comitê de Apoio ao
Desenvolvimento do Agronegócio no Amazonas. Instalado na Federação das
Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM, funciona com o propósito de
fomentar novas formatações econômicas a partir das potencialidades
naturais do Estado do Amazonas. Além da FIEAM, CIEAM, FAEA e
FECOMÉRCIO, órgãos do governo como a Seplan, Suframa, Idam, Sepror,
instituições acadêmicas, como UFAM, UEA, INPA, EMBRAPA, produtores
rurais, entre outros, formam o mutirão inteligente da solução de
problemas.
Troca fecunda
Chamamos a atenção para a troca de informações, experiências e superação de desafios, como um dos pontos altos dessa jornada. Precisamos muito disso. Muitos dos produtores rurais ainda batem cabeça na rotina diária por não conhecerem as soluções inovadoras da EMBRAPA, por exemplo. Reclamamos do isolamento do INPA, uma instituição respeitada mundialmente por seus quase 70 anos de pesquisas, coleções e descobertas da biodiversidade amazônica que adormecem em seus escaninhos. Ora, os cientistas não serão bons pesquisadores se tiverem que entender de mercado. Entretanto, se tiverem oportunidade de contar seus resultados com potencialidades empreendedoras, num Comitê interdisciplinar e interinstitucional, em vez de reclamar podemos virar e ganhar o jogo. O jogo interativo da solução conjunta de saídas para o desenvolvimento socioeconômico.
Proteína e governança
Estamos devendo para nós mesmos a consolidação de uma piscicultura pujante como a que temos, hoje, no município de Rio Preto da Eva. Somos 62 municípios, todos com potencialidades extraordinárias para oferecer proteína de baixo custo e inigualável sabor. Ora, se Rondônia e Roraima alcançaram patamares invejáveis de produção e racionalidade de custos, o que nos falta é pautar e levar adiante essa obviedade empreendedora. Lembremos que os países asiáticos, por exemplo, são um mercado ávido por proteína. Ali, o contingente populacional é crescentemente preocupante do ponto de vista alimentar para seus governos. E quem entende de negócios sabe. O melhor dos cenários para o processo produtivo é juntar a fome e o apetite. Produzir num ambiente de consumo garantido. E quais são os gargalos a enfrentar?
A energia de Moysés Israel
A presença da Universidade pode nos ajudar a criar soluções de
energia mais barata. Lembremos da insistência com que o saudoso Dr.
Moysés Israel falava do biodiesel de pinhão-manso, uma espécie de
oleaginosa tropical com alto teor energético. E um combustível que os
pesquisadores de Israel descobriram ser o mais adequado para as
aeronaves de defesa. Academia e economia não podem andar separadas. E
se conseguem alinhar as áreas de conhecimento e de produtividade
estaremos falando de ganhos incalculáveis. Não foi outro motivo que
levaram Dr. Moysés a apoiar tanto a implantação de cursos técnicos do
SENAI e graduação acadêmica no interior. O caminho é esse. Além da
energia, o desenvolvimento de formatos de disseminação da comunicação
via internet, a invenção de veículos aquáticos mais rápidos, seguros e
com baixo custo de funcionamento e manutenção. Ou seja, Indústria,
agricultura, academia e mercado têm a sua disposição esse almoxarifado
imensurável de recursos naturais. As potencialidades estão a nossa
espera para, de modo inteligente e sustentável, promovermos a
interiorização do desenvolvimento e a prosperidade geral.
(*) Nelson é economista, empresário, presidente da FIEAM e/e.
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