Foto:Divulgação
Por Sandro Breval
É fato que já estamos sentindo o mormaço da indústria 4.0, chegando em nosso cotidiano. Está nos cercando de forma taciturna. O que vamos fazer com ela? Algumas pesquisas apontam a nossa eterna necessidade de capacitação, mas agora a coisa é séria. Séria por quê as tecnologias estão cada vez mais em nosso dia a dia, seja na inteligência artificial, na nuvem, nos big datas e por aí vai. Em alguns lugares os veículos autônomos já levam e trazem matéria-prima e produtos manufaturados. O homem não é mais o lobo do homem.
O que saberemos ou saberíamos?
A inédita pesquisa, sobre a Indústria 4.0, demonstrou que estamos em fase de transição. Nas suas diversas dimensões apontaram para uma forte liderança, um engajamento, uma prontidão para o novo porvir tecnológico. Contudo, as instituições ainda sucumbem à legislação sorrateira com sotaque alemão. Teremos êxito se caminharmos de mãos dadas com a academia e com o mercado, pois já temos como medir a maturidade e prontidão, e nela de forma estratégica nos posicionar neste novo ecossistema.
Década inovadora e obscura
A última década foi marcada, pelo avanço da humanidade, com uma forte virtualização. A transformação digital presente nas organizações e em nosso cotidiano, vem influenciando diretamente os modelos de negócios atuais. Infelizmente, os dias atuais “coisificam” o ser humano, nos remontando à mente a era das trevas na idade de média, com o declínio do império romano. Uma época obscura na qual milhares de seres humanos eram enclausurados em feudos, os quais não tinham liberdade para expressar suas ideias. As trevas de ontem é a tecnologia digital de hoje.
Os novos seringais de dados
A tecnologia será a nossa redenção. E para isso faz-se necessário agir com neofilia, colocando todos os nossos instintos resilientes na mudança. Novas perspectivas se abrirão e quebrará os grilhões do fatalismo geográfico de Marcuse, e certamente resultaria em novo momento econômico. A nossa biologia evolutiva aflora e nos coloca na lida do aviamento, nos novos seringais de dados. O barracão de outrora é hoje a nuvem.
Barão da Tecnologia
Os tomadores de decisão estão no sistema dois, de Kahneman, lentos, duvidosos, não estão percebendo o calor trazido pelo mormaço da indústria 4.0. Já estamos começando a suar. O regatão pode chegar e não teremos nada para vender, nem para trocar. Vamos focar nas tecnologias de impulso, em nossas vocações e sobretudo nossa riqueza biodiversa. Te “apura” caboco.
Outro dia
Nova década se avizinha com novos desafios, oportunidades e esperança, sob o mormaço da transformação digital, da internet das coisas, dos robôs, dos sistemas. Não saberemos como será. Mas Pessoa nos brindou com tudo o que já não é, o ontem que a dor deixou, só por que foi e voou, e hoje é já outro dia. Em nosso pretérito ou presente.
(*)Pós-Doutorando em Indústria 4.0 pela Faculdade de Engenharia, da Universidade do Porto, Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Cursos no exterior de estratégia e finanças nas principais escolas de negócios americanas (Universidade de Chicago e Wharton School) e europeias (ESADE e INSEAD). Atua em projetos de P & D, industriais, consultoria e treinamento.
Comentários