Pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro fizeram um achado significativo que contribui para o entendimento da evolução das leguminosas
A árvore Androcalymma glabrifolium, única de seu gênero e raramente observada desde sua descoberta em 1936 pelo cientista russo Boris Krukoff, foi recentemente redescoberta em uma expedição ao Amazonas.
A equipe formada por Marcus Falcão, Vidal Mansano (JBRJ) e Guilherme Silva (Unicamp) empreendeu uma jornada desafiadora, em dezembro de 2022, para reencontrar a espécie que havia sido vista pela última vez há 86 anos, perto da fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru. A expedição, que incluiu viagens de avião, carro e barco, foi realizada com as autorizações necessárias da FUNAI e dos líderes indígenas Ticuna da terra indígena Évare I.
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Além de Androcalymma, outras raras espécies de plantas foram encontradas na região do Igarapé Belém, um afluente do Rio Solimões. Os pesquisadores coletaram amostras de folhas, flores e frutos da enigmática árvore, que se revelou ter mais de 40 metros de altura. Detalhes como a cor e forma das flores e os frutos da Androcalymma eram desconhecidos até então, e o seu DNA nunca havia sido analisado.
Os resultados da expedição foram publicados em julho de 2023 na revista internacional Phytotaxa. A pesquisa incluiu sequenciamento do DNA da Androcalymma, posicionando-a na árvore evolutiva das leguminosas e preenchendo uma lacuna importante no entendimento da evolução desse grupo de plantas.
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O artigo, coautorado por Leandro Cardoso Pederneiras (JBRJ), também enfatiza a importância das terras indígenas na preservação ambiental. A existência de Androcalymma, classificada como espécie criticamente ameaçada, destaca a necessidade de políticas robustas de proteção às terras indígenas e apoio a pesquisas adicionais sobre a flora amazônica, que continua a revelar seus segredos.
*Com informações GOV.BR
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