O Brasil será sempre maior do que suas dificuldades, não apenas pela imensidão de suas riquezas, mas sobretudo pela fibra dos brasileiros, comprovadamente capazes de encontrar saídas e de fazer de seus anseios pontes de acesso para um novo tempo. “Alguns sonham para escapar da realidade, outros para transformá-la para sempre”, dizia nosso fundador, Soichiro Honda, ao mencionar a história dos obstáculos para destacar os avanços diante deles para consolidar a empresa que fundou em 1948.
Hoje, trabalhamos com 72 unidades de produção, atreladas a 35 centros de P&D, pesquisa e desenvolvimento, e mais de 208 mil colaboradores espalhados em 160 países. Temos muita satisfação, por tudo isso, em trabalhar no Brasil e na Amazônia, onde aprendemos a olhar o meio ambiente como fator de equilíbrio entre natureza e desenvolvimento, gerando emprego e renda num contexto de sustentabilidade e consolidação da prosperidade. O Brasil é referência global de zelo e guarda nas mudanças climáticas e, trabalhar na Amazônia, onde temos nossa maior unidade de produção de motocicletas, significa ajudar na proteção florestal e oferecer, numa economia de baixo carbono, nossa contribuição para o maior equilíbrio entre as regiões brasileiras.PUBLICIDADE
Todos os países do mundo se curvam diante da importância da região amazônica e se interessam pelo padrão de desenvolvimento aqui adotado. Temos a chance de promover a cooperação internacional para cuidar do planeta ao mesmo tempo em que ajudamos a manter esse imenso patrimônio. Aqui se encontram as respostas para as demandas de energia limpa, longevidade, alimentação saudável da humanidade. Nesse contexto, as relações de cooperação e amizade entre Brasil e Japão não param de crescer. Esta cooperação pode ser ilustrada pelo projeto CADAF, Dinâmica do Carbono na Floresta Amazônica, da sigla em inglês, resultado de um acordo bilateral da JICA, Agência Japonesa de Cooperação internacional, um elo entre tantos dessa amizade entre nossos países.
Desde 2010, com o objetivo de desenvolver técnicas de avaliação, em larga escala, da dinâmica do carbono na floresta amazônica, foi mobilizado, com o CADAF, um arco de pesquisadores das melhores instituições do planeta, sob a coordenação do INPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Algumas informações vitais foram consolidadas, tais como um sistema de Inventário Florestal Contínuo (IFC) para monitorar o carbono florestal da Amazônia Central; a identificação de uma relação entre tipos florestais e a dinâmica do carbono em florestas maduras e manejadas; e a elaboração de um mapa das oportunidades econômicas que o manejo e a proteção florestal oferecem.
Estamos produzindo oportunidades na Amazônia há mais 50 anos, por isso, defendemos que a indústria presente na região possa apoiar novas pesquisas na construção perseverante de novos paradigmas de desenvolvimento, na busca pela harmonia socioambiental no processo de geração de riqueza, com uso inteligente e sustentável dos recursos naturais. Inovação, nanotecnologia e planejamento são as saídas.
E se o Amazonas, dos estados do Norte e Nordeste, foi o que mais contribuiu para a União nas últimas décadas, com os recursos de sua base econômica, a Zona Franca de Manaus, é justo e oportuno assegurar que parte dessas divisas possa consolidar uma plataforma de conhecimento de P&D capaz de orientar desenvolvimento com equilíbrio climático. As riquezas naturais desta região podem reforçar o protagonismo ambiental do Brasil e conquistar sua presença definitiva na galeria das grandes nações, líder em desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente.
Sob a coordenação dos cientistas brasileiros, o país pode transformar, sem depredar, suas imensas potencialidades em prosperidade nacional a partir da Amazônia. Os empresários que atuam na região, dentro do modelo de incentivos fiscais, mais uma vez tiveram o reconhecimento da OMC, Organização Mundial do Comércio, no início deste mês, justamente por sua contribuição em proteger a floresta. Ao mesmo tempo, a própria ONU, na mesma semana, disse que: “A comunidade internacional deve pagar pela preservação das florestas brasileiras, em vez de oferecer recursos pontuais para o desenvolvimento”.
O Amazonas, que tem uma base econômica e industrial que assegura a conservação de mais de 95% de suas florestas, precisa ser olhado como elo de união nacional e continental para uma nova economia – um acordo solidário de pesquisadores, entidades de classe e gestores públicos – que transforme os sonhos de todos em nova realidade, socialmente justa e ambientalmente equilibrada, como recomendou Soichiro Honda, nosso fundador.
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