Em uma movimentação estratégica significativa, o Grupo Atem ampliou sua presença no mercado de combustíveis na região Norte do Brasil. Durante o 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a empresa arrematou quatro blocos de exploração de petróleo na Bacia do Amazonas, marcando um avanço importante em sua trajetória de crescimento.
Os blocos adquiridos – AM-T107, AM-T133, AM-T63 e AM-T64 – estão situados na região leste do Estado do Amazonas, em áreas próximas ao Baixo Amazonas. A Atem comprometeu-se a pagar um bônus de R$ 7,8 milhões à ANP pela concessão desses blocos.
Esses campos de petróleo, anteriormente sob a gestão da Petrobras, foram confirmados como economicamente viáveis para exploração de petróleo e gás. No entanto, os planos para a região foram abandonados durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, levando a ANP a leiloá-los novamente.
Interessantemente, os campos recém-arrematados pela Atem estão localizados na mesma região geológica do campo de Azulão, onde a Eneva já realiza a exploração de gás desde o ano passado. O gás extraído de Azulão é transportado para a usina termoelétrica de Jaguatirica II em Boa Vista, Roraima.
Rodolfo Saboia, Diretor-Geral da ANP, expressou satisfação com os resultados do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, destacando a diversidade das empresas participantes – grandes, independentes e novatas, como é o caso da Atem.
A aquisição dos quatro campos na Bacia do Amazonas simboliza a entrada da Atem, fundada há 28 anos em Manaus, no último estágio de exploração de combustíveis. Inicialmente focada na revenda de combustíveis, o grupo expandiu suas operações para distribuição, com sete bases de distribuição e movimentando anualmente 9 bilhões de litros de combustíveis
No ano passado, a Atem consolidou sua posição no mercado ao adquirir a Refinaria de Manaus Isaac Benayon Sabbá (Reman) por US$ 189,5 milhões, renomeando-a como Refinaria da Amazônia (Ream), a única em funcionamento na região Norte.
Além do setor de petróleo e gás, o grupo Atem também tentou ingressar no mercado de distribuição de energia em 2018, através da aquisição da Amazonas Energia em parceria com o grupo Oliveira Energia. A parceria foi desfeita posteriormente, com a Atem recebendo uma indenização e se concentrando em combustíveis.
Apesar dos esforços para contato pela equipe do RealTime1, a Atem não respondeu às solicitações de comentários até o momento da publicação deste artigo.
Controvérsias e Desafios Legais: MPF Questiona Leilão de Áreas Arrematadas pela ATEM
Paralelamente, o Ministério Público Federal (MPF) levantou preocupações sobre o leilão dos blocos AM-T107 e AM-T133, citando possíveis interferências em Terras Indígenas. O MPF solicitou à ANP esclarecimentos sobre o cumprimento da Convenção n° 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que exige consulta prévia aos povos indígenas afetados.
A situação dos blocos arrematados pela Atem pode se encaminhar para disputas judiciais, dada a proximidade das terras indígenas e os potenciais impactos sociais e ambientais das atividades exploratórias
*Com informações REAL TIME
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