“Yara Amazônia personifica um poder que não intimida, mas inspira; que não se impõe, mas dialoga; que não se isola, mas acolhe”
No Amazonas, onde as tensões entre modernização e desigualdade desafiam diariamente a ação pública, a recondução de Yara Amazônia Lins para um terceiro mandato histórico à frente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) representa mais que um gesto administrativo: é um marco que inaugura um novo paradigma.
É a confirmação de que uma mulher amazônida, forjada dentro das instituições e sensível à vida real do cidadão, está reorganizando — na prática — as coordenadas do poder no Estado.
Diante de um auditório lotado com mais de 800 pessoas, salas especiais na Escola de Contas Públicas e milhares de espectadores nas plataformas digitais, a presidente tomou posse no último dia 1º cercada por simbolismo, história e expectativas.
Ao ser reconduzida pelos seus pares, Yara Amazônia Lins não apenas reafirma o próprio protagonismo: revela que a confiança, quando cultivada com humildade, técnica e escuta, se converte em autoridade moral e legitimidade social.
Uma liderança que desloca a bússola do poder
O governador Wilson Lima, ao reconhecer o momento “singular” da história política do Estado, sintetizou o que se tornou evidente:
1- A presença de Yara no comando do TCE-AM transcende a questão de gênero.
2 -Sua liderança simboliza o avanço institucional, o fortalecimento do controle democrático e o amadurecimento de uma cultura pública que precisa, cada vez mais, de referências éticas — especialmente em um tempo marcado por polarizações, fake news e descrédito nas instituições.
Ao ser reconduzida ao cargo, Yara afirmou:
“Assumo esta missão com humildade, mas também com coragem e senso de responsabilidade…”
O que está implícito nessa frase é o que sua trajetória confirma: humildade não é submissão; é método. Coragem não é bravata; é compromisso. Poder, para Yara, é serviço.
50 anos de Tribunal, 50 anos de entrega: a jornada que ensinou a escutar o Estado por dentro
A história de Yara se confunde com a evolução do próprio Tribunal de Contas.
- Ingressou em 1975, aos 18 anos, como taquígrafa.
- Cresceu técnica e institucionalmente até se tornar Auditora-Adjunta (1989), Auditora (2002) e Conselheira (2014).
- Foi eleita presidente em 2018, reconduzida em 2024 e agora, novamente, em 2026.
Cinco décadas de TCE-AM fazem de Yara uma espécie de memória viva da instituição, alguém que testemunhou a transição da máquina analógica para o tribunal digital, da lógica cartorial para o controle responsivo, da postura meramente punitiva para o caráter pedagógico e orientador.
É por isso que sua presença no comando reconfigura o sentido do poder público: de autoridade distante para serviço presente; de verticalidade para cooperação; de burocracia opaca para transparência cidadã.
A mulher que reorienta a cultura pública
A trajetória de Yara representa um divisor de águas para o Amazonas, porque a mulher que chega ao topo rompe a lógica da exceção.
Ela não é um caso isolado: tornou-se referência e precedente.
Sua recondução abre caminho para novas lideranças femininas nas instituições; redistribui simbolicamente o espaço de poder, antes monopolizado por homens; mostra que competência, ética e entrega são mais fortes que os velhos filtros sociais.
Em uma região historicamente tensionada entre práticas coronelistas e renovação democrática, Yara simboliza a transição para um poder mais maduro, mais sensível e mais comprometido com quem realmente importa: o cidadão.
Um Tribunal que se aproxima da sociedade
Os discursos de autoridades como Júlio Pinheiro, Josué Cláudio, Mario de Mello e João Barroso convergiram para um mesmo ponto:
o TCE-AM mudou — e mudou sob liderança de Yara Amazônia Lins.
Nos últimos anos:
- a digitalização maciça de documentos deu fim a gargalos históricos;
- a inteligência artificial passou a apoiar auditorias e análises;
- a teleauditoria ampliou a presença do Tribunal no interior;
- a Blitz TCE levou orientação a municípios antes isolados;
- a Ouvidoria da Mulher ganhou reconhecimento nacional;
- a agenda socioambiental e climática se tornou eixo de fiscalização.
Essa inflexão modernizadora não é apenas técnica: é política, social e humanista. Yara recolocou o Tribunal no centro da vida pública — não para dominar, mas para orientar, educar e incluir.
Poder com propósito: o controle externo que respeita e acolhe
Quando Yara afirma que “administrar é servir”, ela dá nome ao que já é prática:
um controle externo que não enxerga gestores como inimigos, servidores como números e cidadãos como estatísticas. É o controle que educa, não apenas pune. Que acompanha, não apenas fiscaliza. Que escuta, não apenas determina.
Isso ressignifica o poder porque quebra a lógica autoritária ainda presente na cultura brasileira: a lógica de que poder é imposição, medo e hierarquia.
Amazônia precisa desse tipo de poder
Em um Estado com desigualdades profundas, conflitos fundiários, criminalidade ambiental, baixa capacidade municipal e desafios enormes em saúde, educação e infraestrutura, a atuação do Tribunal é determinante.
E Yara Amazônia Lins compreende esse contexto não apenas pela técnica — mas pela vida. Ela simboliza a Amazônia que resiste, que se reinventa e que protege suas instituições como quem protege sua casa.
Por isso, sua recondução é lida, em muitos círculos, como um compromisso com um novo tempo: um tempo de mais transparência, mais inclusão, mais cidadania e mais responsabilidade pública.
Para onde aponta o futuro?
Ao projetar o próximo biênio, Yara definiu bases claras:
- modernização contínua;
- valorização dos servidores;
- expansão da atuação pedagógica;
- aprofundamento da transparência;
- integração com a sociedade.
Seu ideal de gestão indica que o poder público precisa ser não apenas eficiente, mas decente, empático e transformador.
E isso é, no fim das contas, o que sua trajetória ensina:
Servir é o verbo mais alto da política.
Cuidar é a forma mais nobre do poder.
Um novo capítulo para o Amazonas
A posse de Yara Amazônia Lins é mais que um rito institucional. É um ato de ressignificação histórica.
Sua trajetória — da jovem taquígrafa à presidente reeleita pela terceira vez — espelha aquilo que a Amazônia tem de mais precioso: resiliência, vocação pública, capacidade de sonhar e compromisso com a coletividade.
Yara personifica um poder que não intimida, mas inspira; que não se impõe, mas dialoga; que não se isola, mas acolhe.
E é por isso que sua liderança inaugura um novo tempo para o Amazonas — um tempo em que a cidadania volta a ser o centro de gravidade do Estado, e em que a presença feminina deixa de ser exceção para se tornar referência, legado e horizonte.