O programa “União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia”, lançado recentemente em Brasília, representa um esforço significativo do governo federal para envolver diretamente os municípios na luta contra o desmatamento na região da Amazônia Legal. Focado inicialmente em 70 municípios que foram identificados como responsáveis por quase 80% da devastação ambiental ocorrida em 2022, o programa visa catalisar uma mudança substancial através da cooperação local.
Durante o evento de lançamento, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi ressaltada a importância crítica da preservação ambiental e o papel dos municípios nesse contexto. O presidente criticou abertamente as atitudes de descrença em relação à preservação ambiental e enfatizou a responsabilidade dos países desenvolvidos de contribuir financeiramente para políticas de sustentabilidade nos países em desenvolvimento.
O programa propõe um modelo de financiamento inicial onde cada município participante recebe R$ 500 mil para investir em equipamentos e serviços de gestão ambiental. Este incentivo inicial é apenas o começo, pois o programa prevê um modelo de “pagamento por performance”, onde os municípios que conseguirem demonstrar redução efetiva no desmatamento e na degradação ambiental receberão investimentos adicionais. Essa estrutura de incentivos é projetada para promover ações locais mais eficazes e medir o progresso através de dados confiáveis.
O financiamento do programa ultrapassa R$ 700 milhões, com a maior parte proveniente do Fundo Amazônia e uma parcela complementar do programa Floresta+. Além dos aspectos financeiros, o programa requer que os municípios participantes se comprometam com a implementação de políticas ambientais robustas, incluindo a criação de secretarias municipais dedicadas ao meio ambiente ou à sustentabilidade.
Um dos objetivos ambiciosos do programa é a criação de pelo menos 30 brigadas municipais de prevenção e combate a incêndios florestais até 2026, fortalecendo ainda mais a capacidade local de responder a emergências ambientais.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, relatou uma redução de 40% no desmatamento nos três primeiros meses do ano, comparado ao mesmo período do ano anterior, evidenciando os primeiros sinais de progresso. No entanto, ela também apontou para a necessidade de abordar a degradação ambiental, que continua a ser uma preocupação significativa.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desempenhará um papel crucial na monitorização do desempenho dos municípios, garantindo que os dados sobre desmatamento e degradação sejam precisos e transparentes, permitindo uma avaliação adequada dos esforços e ajustes necessários nas estratégias adotadas.
Este programa representa uma parte vital da estratégia mais ampla do Brasil para combater as mudanças climáticas e preservar a Amazônia, envolvendo governos locais de maneira direta e responsável na proteção de um dos biomas mais cruciais do planeta.
*Com informações Agência Brasil
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