Após o insucesso na remoção dos garimpeiros ilegais do território Yanomami, em Roraima, o governo brasileiro decidiu tornar permanente a presença das Forças Armadas e da Polícia Federal na região a partir de 2024. A decisão foi tomada nesta terça-feira, após uma reunião entre o presidente Lula e os ministros responsáveis pelas ações emergenciais implementadas ao longo de 2023.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que postos de segurança serão estabelecidos na região em até 30 dias. Ele reconheceu a ineficiência do modelo de operações ocasionais adotado anteriormente, que permitiu o retorno dos invasores. “Migraremos para incursões permanentes e reestruturaremos a atuação das Forças Armadas para remover definitivamente os invasores”, declarou Costa
Além disso, o governo planeja estabelecer uma “casa de governança” em Boa Vista, com representantes locais dos ministérios da Justiça, Direitos Humanos e Meio Ambiente, para administrar a crise humanitária na região. Esta unidade também objetiva dialogar com o governo estadual e municipal, oferecendo alternativas de renda para a população de Roraima
O presidente Lula destacou a necessidade de um esforço maior e o uso efetivo do poder público, mencionando que a crise será tratada como uma questão de Estado. “Não podemos perder a guerra contra o garimpo ilegal“, afirmou.
A crise na terra Yanomami ganhou destaque internacional em janeiro de 2023, quando o governo declarou emergência de saúde na região, diante da desassistência sanitária dos povos indígenas e do aumento do garimpo ilegal
O território viu um crescimento significativo de invasores a partir de 2016, culminando em problemas graves como malária e desnutrição
No ano passado, foram realizadas mais de 400 operações, resultando na apreensão de R$ 600 milhões em dinheiro e bens. A operação agora planejada deve custar ao governo cerca de R$ 1,2 bilhões, provenientes de um orçamento excepcional.
Esta mudança de estratégia busca enfrentar os desafios impostos pelo garimpo ilegal e melhorar a situação humanitária do povo Yanomami, um dos mais afetados pela invasão e exploração de seus territórios
*Com informações O GLOBO
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