Presidente Lula destaca a desigualdade na representação e contribuição global para a proteção climática.
No discurso desta quarta-feira na Cúpula da Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua insatisfação com o compromisso pendente dos países desenvolvidos. “Desde a COP 15, o compromisso dos países desenvolvidos de mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático… nunca foi implementado. Esse montante já não corresponde às necessidades atuais,” afirmou o presidente.
Reivindicação de representatividade
Lula realçou a importância de representação para aqueles que detêm as maiores reservas florestais e biodiversidade, mencionando a lógica “excludente” das instituições de Bretton Woods, em relação ao Fundo Global para o Meio Ambiente. Foi enfático ao criticar a falta de representatividade de nações com vastas florestas tropicais, incluindo Brasil, Colômbia e Indonésia.
“Os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados de forma justa e equitativa,” disse Lula, defendendo a certificação de produtos sustentáveis das grandes florestas tropicais.
Contra o “Neocolonialismo Verde”
O líder brasileiro alertou contra o que classificou como “neocolonialismo verde”, medidas que, sob a pretensão de proteger o ambiente, ignoram as normas e políticas dos países que ainda possuem florestas.
Ele concluiu com um chamado aos países detentores de florestas tropicais, “Quero convidar especialmente outros países com florestas tropicais para que se somem a esse esforço… Junto com nossos companheiros da África e da Ásia, podemos aprofundar as trocas de experiências sobre a proteção das florestas e seu manejo sustentável.”
Declaração e impacto a longo prazo
Além do discurso de Lula, a Cúpula da Amazônia teve outros momentos significativos. Na terça-feira, foi apresentada a “Declaração de Belém”, um documento com 113 pontos consensuais entre os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Este documento foi fundamentado por contribuições da sociedade civil e órgãos governamentais.
Durante a mesma terça-feira, propostas de políticas públicas, oriundas de diversos setores da sociedade, foram apresentadas aos representantes dos países amazônicos, enriquecendo o diálogo e esforço conjunto para um futuro sustentável da Amazônia.
Este evento destaca a urgência e a importância da colaboração global no combate às mudanças climáticas, bem como a proteção de recursos preciosos, como a Amazônia.
Com informações da Agência Brasil
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