“Esperamos que a Trilha da Economia Verde, que irá abordar vários temas relacionados a Bio&TIC, possa ser um ativador de interesses e parcerias importantes nesta direção e que passemos a ocupar, mais ainda, o ambiente das ações transformadoras”.
Por Vania Thaumaturgo
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Começa amanhã a II ExpoAmazônia Bio&Tic 2023, de terça quinta-feira, 28, 29 e 30/11, Studio 5, na avenida Rodrigo Otávio, nº 3.555, Distrito Industrial, Zona Sul da capital. Seu foco é aglutinar pessoas em mutirão e interlocução que propiciam novas sinapses interativas no nível pessoal, institucional e digital. A tecnologia tem saídas, explicações e adaptações. Soluções avançadas para dilemas antigos. E quando ela mergulha na floresta é pra mexer o caldo da inovação sem limites da metamorfose da transformação.
O portal BrasilAmazôniaAgora entrevistou Vania Thaumaturgo, inspiradora e condutora deste evento que antecipa o futuro da Amazônia, com a tecnologia que integra e agiliza e a bioeconomia que ampara uma economia sustentável da floresta. Confira!
Entrevista com Alfredo Lopes
BrasilAmazôniaAgora – Quais os destaques, avanços e acertos que se revelaram mais perceptíveis na Bio e na TIC entre as 2 Exposições organizadas pelo Polo Digital de Manaus?
Vania Thaumaturgo – Os avanços mais relevantes na Bioeconomia e TIC na Tecnologia da Informação e da Comunicação são exatamente a apresentação destes dois vetores econômicos como soluções viáveis para o desenvolvimento socioeconômico dos povos da Amazônia, sejam os ribeirinhos, as populações tradicionais ou as novas gerações. E isto está presente nas exposições de empresas, nos resultados dos institutos de Ciência e Tecnologia, Startups e no próprio mercado da Amazônia, nos espaços da economia criativa e muitos outros.
BAA – Existe muita disparidade, interesses e investimentos entre Bio e TIC?
Vania – Sim, o segmento de TIC (Tecnologia da Informação e comunicação) é diretamente beneficiado pela Lei de Informática, um setor do Polo Industrial de Manaus que corresponde a cerca de 30% do faturamento da indústria incentivada e como há essa legislação criada para desenvolver o respectivo setor, os projetos beneficiados são principalmente o desenvolvimento de software, que torna os produtos destas empresas mais avançados e competitivos. Infelizmente, ainda não temos um segmento de empresas no PIM de Bioeconomia.
Já temos uma grande empresa de fármacos e pequenas empresas locais do setor alimentício e fitoterápicos, mas não existe um política clara para o desenvolvimento de pesquisa, desenvolvimento e inovação para Bioeconomia. Com o resgate dos planos e projetos originais do CBA, agora chamado de Centro de Bionegócios da Amazônia, a Bioeconomia e Biotecnologia começam a receber alguns investimentos oriundos da Lei de Informática, principalmente por conta do PPBio, o Programa Prioritário de Bioeconomia da Suframa, sob a coordenação do IDESAM.
BAA – Bio e TIC, áreas aparentemente separadas, tendem a se encontrar no universo da Nanotecnologia. Como fazer para apostar nessa combinação?
Vania – A Biotecnologia está mais ligada à nanotecnologia no que se relaciona a bioativos, aos polímeros da biodiversidade, onde as aplicações serão extremamente promissoras, incluindo o próprio PIM. E a TIC está ligada a nanotecnologia por conta da computação quântica, ambos estão na fronteira do conhecimento e são extremamente importantes para o desenvolvimento destes vetores econômicos da região.
Atualmente, já é muito possível buscar soluções de BioTIC, soluções de TIC aplicadas na Bioeconomia. Porém, ainda não temos programas estruturados neste sentido na região. Seria interessante desenvolver um plano estratégico através do Estado com este foco. Já temos notícias de parcerias do INPA com o MIT, com a criação da AmiT, Instituto de Tecnologia da Amazônia com essa pauta de polímeros.
BAA – E qual é o espaço que a Bioeconomia tem ocupado no planejamento do Polo Industrial de Manaus, considerando que a transição da indústria na Reforma Tributária menciona a Bioeconomia como determinante na diversificação da indústria?
Vania – O Polo Digital nasceu com o foco em TIC, porém, por falta de representatividade no setor de Bioeconomia naquele momento, este acolhimento foi-se dando na própria organização e realização da primeira ExpoAmazônia Bio & TIC em 2022. E isso criou um movimento que busca unir estes dois importantes vetores econômicos. É necessário e todos os envolvidos precisamos fazer uma discussão de projetos estruturantes para o desenvolver, aproximar e expandir estes vetores, principalmente o da Bioeconomia, que é uma vocação natural e histórica de nossa região. Esperamos que a Trilha Economia Verde, que irá abordar vários temas relacionados a Bio&TIC possa ser um ativador de interesses e parcerias importantes nesta direção e que passemos a ocupar o ambiente das ações transformadoras.
Saiba mais e faça sua inscrição no evento ExpoAmazônia Bio&Tic clicando aqui
Quem é Vânia Thaumaturgo?
Vania traduz a significância do pensar e do viver Manaus, como
sua referência de inovação e permanente paixão. Vania dirige o
Conselho de Administração da Associação Polo Digital de
Manaus, uma organização da sociedade civil, sem fins
lucrativos, transformada em agência de efervescência e da
resistência da inovação. Bio&TIC é, para ela, resultado da
tecnologia que se enamora da biologia no desafio da
construção digital das sinapses florestais e dos polímeros da
utopia que antecipa novos dias… excepcionais!
Ela possui formação em Engenharia Eletrônica pela
Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com MBA em
Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vagas (FGV) e
Mestrado em Gestão Estratégica pela FDC Fundação Dom
Cabral.
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