Há quatro anos, os governos de Brasil, Bolívia e Paraguai assinaram um acordo com o objetivo de ampliar a proteção e o desenvolvimento sustentável no Pantanal, bioma compartilhado pelos países.
A ideia do tratado era reforçar o investimento em pesquisa, melhorar a gestão dos recursos hídricos e garantir ações para conservação natural. No entanto, nada se concretizou até agora, em meio aos retrocessos ambientais no Brasil de Jair Bolsonaro e problemas políticos com os países vizinhos.
“A iniciativa evaporou como toda e qualquer outra da área ambiental [no atual governo]”, lamentou José Pedro de Oliveira Costa, secretário de biodiversidade e florestas da gestão de José Sarney Filho no ministério do meio ambiente no governo Temer, ao site ((o)) eco.
Seca do Pantanal
Nem mesmo a seca recorrente no Pantanal nos últimos anos foi suficiente para destravar a implementação do acordo. No Paraguai e na Bolívia, o desinteresse dos governos também contribuiu para o abandono efetivo da iniciativa.
Pior para o bioma pantaneiro: nesse mesmo período, a ocorrência de incêndios florestais devastou boa parte de sua extensão no território brasileiro e nos países vizinhos.
Em tempo: Por falar nos incêndios, a revista Communications Biology publicou um estudo de pesquisadores do Brasil, Paraguai e EUA sobre os efeitos das queimadas devastadoras de 2020 sobre as onças-pintadas. De acordo com a pesquisa, cerca de 45% da população estimada da espécie foi afetada pelos incêndios daquele ano no Pantanal. A onça pintada é o maior carnívoro do Brasil e está ameaçado de extinção. A Agência Brasil deu mais informações.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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