O presidente Jair Bolsonaro visitou pela primeira vez duas terras indígenas na Amazônia como chefe de Estado, na quinta-feira, apesar de protestos de líderes ianomâmis contra sua iniciativa de liberar as áreas protegidas para mineração comercial.
Cercado por oficiais do Exército e um chefe indígena local, Bolsonaro, com um cocar na cabeça, assistiu a um ritual da comunidade local na Terra Indígena Balaio, onde inaugurou uma ponte.
A ponte de madeira foi construída pelo Exército em uma estrada que vai até a fronteira com a Venezuela, passando pela Terra Balaio, onde foram encontradas grandes reservas de nióbio.
O metal é usado para fortalecer o aço e em motores a jato e Bolsonaro tem regularmente mencionado seu valor em discursos sobre as riquezas inexploradas da Amazônia que o Brasil deveria explorar.
Posteriormente, Bolsonaro visitou e passou a noite em um posto da fronteira militar em Maturacá, que fica no extremo oeste da Terra Ianomâmi, a maior do país.
A área foi invadida por mais de 20 mil garimpeiros ilegais na região leste do Estado de Roraima, encorajados pelo apoio de Bolsonaro à legalização da mineração em terras indígenas no Brasil.
Líderes ianomâmis lamentaram a visita do presidente à terra e reiteraram seus apelos ao governo para expulsar os garimpeiros.
“Não aceitamos a legalização de atividades mineradoras em nossas terras. Esta ação mineradora, entendemos que não trará beneficio satisfatório para nenhum de nós indígenas ianomâmis”, disseram lideranças ianomâmis em Maturacá, em carta enviada a Bolsonaro no dia 15 de maio.
A visita de Bolsonaro ocorreu um dia após garimpeiros que exploravam ilegalmente terras dos indígenas munduruku no Alto Tapajós, no Pará, dispararem contra uma comunidade munduruku e incendiarem a casa de uma liderança.
O Congresso Nacional, onde Bolsonaro tem conseguido garantir apoio da maioria, está atualmente considerando o PL 490, proposta do governo que liberaria a mineração comercial e a agricultura em terras indígenas.
Fonte: Money Times
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